quarta-feira, 13 de julho de 2011

Bilhete premiado

Não dava para acreditar. Finalmente conseguiu uma proeza, Salomão, um pobre pedreiro, recebeu uma ligação do Caixa Econômica. Após dois anos, ele vinha investindo certo capital, uma miséria para alguns, na capitalização do Caixa Econômica. Fora sorteado. Como bom vizinho na Vila da Cruz, bairro humilde, chamara os amigos para um churrasco no final de semana, comprara geladeira nova para a patroa e estava decidido a quitar as parcelas de sua casa. Maravilha, sempre concorrera em alguns concursos “chinfrins”, contudo, dessa vez, a sorte estava com ele.
Salomão andava pelas ruas, enquanto o pessoal do bairro cumprimentava-lhe:
- Parabéns Salo. O churras é domingo, né?
- Sim, espero vocês lá – dizia o sortudo.
No trabalho, um canteiro de obras no centro, os colegas de Salomão questionavam:
- Salo, conta pra gente, como foi que você teve a sorte grande?
- Ah, a sorte não escolhe hora, nem pessoa – respondia humildemente.
Ao amanhecer daquele dia, uma sexta-feira, Salomão acordou como de costume às seis da manhã. Tomou o café preto de desjejum e saiu para uma agência no centro. Depois da pequena maratona de uma hora preso em dois ônibus, ele chegou à Caixa Econômica. Cerca de quinze pessoas aguardavam a abertura do banco.
Nove horas badalava o sino da igreja. O guarda abria as portas do banco. Dentro de trinta minutos, Salomão recebia da atendente um envelope lacrado, após isso, ele saiu apressadamente. A dúvida percorreu o sortudo, “será que havia dinheiro no envelope?” ou “são apenas instruções?”.
Salo abriu o envelope e leu a carta de comemoração, parabenizando-lhe sobre a premiação com um ticket feijoada devido à abertura da agência Caixa Econômica de nº 500. Salomão, apesar de rico em sonhos, sentou no meu fio e chorou amargamente as despesas para o final de semana.

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