quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Família e as festas

Um feliz e próspero ano novo, desejo recorrente expressado das mais diversas formas. Festas, famílias reunidas em torno de uma mesma mesa, sentimentos de alegria nas conversas rotineiras, mas como será o decorrer desse 2011? Um atento, nesse início de ano, conduz a seguinte reflexão sobre a figura da família. O que é a família? Um agregado de pessoas ou um micro círculo relacional dentro da sociedade? Para responder isso, basta recordar que nós latinos – americanos temos origens do modelo grego-romano, onde a família era unida não pelo nascimento, nem pelo sentimento ou a força física, mas pela associação religiosa diante ao culto dos antepassados e dos rituais existentes. A religião não criou a família, contudo fixou nesta as regras morais que imperaram no pensamento de seus habitantes, diversas épocas antes do cristianismo. Após o cristianismo, a família assume o caráter de igreja doméstica, uma comunidade a semelhança da sagrada família, onde deve haver um espelhamento do divino em suas ações rotineiras.
A pergunta atual é a seguinte: a família, mais que um contrato resultado do casamento, tem existência própria? Diante a tecnocracia, ao consumismo imperalista e midiático, a família tem, em suas raízes, abalos sísmicos e tempestades. Mesmo diante ao desvirtuamento dos valores morais e a desestruturação, a família ainda encontra no seio da religião um porto seguro e fiel, visto que o casamento, antes de ser apenas papéis assinados ou relações de sexos, é a família nascente.
Logo, a família, como primeira instituição, merece um cuidado especial nesse início de ano, em que concretize o diálogo vivo do amor e não se apeguem somente a meras convenções humanas como as festas em si. Que 2011 não seja só o primeiro dia, mas que nossas ações, regadas de paz e justiça, sejam perpetuadas por todo o ano vindouro.
artigo publicado dia 31 de dezembro na Tribuna

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