sábado, 5 de fevereiro de 2011

Política e autoritarismo


Diante aos fatos recentes no Egito, a questão do poder e sua atribuição política na figura do atual governante Hosni Mubarak, mostra-nos diversas variantes nesse teatro político. Alguns filósofos como Foucault revela que a trama de poder, por trás da política, parte do fundamento que o “poder é visto como relação e não como um fim focalizado e determinado nas práticas sociais”. Juntamente, a socióloga Hannah Arendt diz que “o poder corresponde à habilidade humana não apenas para agir, mas para agir em concerto. O poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um grupo e permanece em existência apenas na medida em que o grupo conserva-se unido. Quando dizemos que alguém está ‘no poder’, na realidade nos referimos ao fato de que ele foi empossado por um certo número de pessoas para agir em seu nome”.
Assim, o regime autoritário existente no Egito demonstra uma figura opressora, com seus trinta anos de sucessão ininterrupta de poder rígido e abusivo. Um olhar atento verá que o governante Mubarak, usa de mecanismos de censura e toque de recolher, em alguns casos até de extermínio, podando a liberdade e justiça dos cidadãos do Cairo. Em contrapartida, os manifestantes ateam fogo em prédios públicos e fazem do protesto um grito pela liberdade do Estado.
A crise do Egito produz escassez de mantimentos, os aeroportos superlotados, sinais de telefonias bloqueadas, saques a estabelecimentos do local e vandalismo a órgãos públicos. Logo, a maldade de um só homem, no poder político, não poderá se perpetuar continuamente, visto que as autoridades locais e os manifestantes do povo devem encaminhar a renúncia do mesmo, de modo pacífico e mediado pelo diálogo, numa transição para a democracia.

artigo publicado na Tribuna dia 05/02/11

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